Durante o 35° Congresso Estadual
de Jornalistas um tema foi amplamente debatido em todos os fóruns com
profissionais da categoria: A falta de vagas de emprego para os novos
jornalistas formados em todo o país. Atualmente, segundo alguns dados
apresentados são 21 faculdades formando algo perto de 500 jornalistas por ano.
Por outro lado o número de oportunidades de emprego diminui com redações cada
vez mais enxutas, inclusive com grandes veículos de imprensa demitindo boa
parte de seus jornalistas.
Foto: Augusto Pinz
Outro fator que tem provocado à diminuição da oferta de
emprego é a questão do jornalista multimídia. Hoje os meios de comunicação
optam por jornalistas “pau para toda obra” que em uma cobertura, sozinhos,
fazem um vídeo para televisão, uma gravação para o rádio, fotos para site e
atualizam blogs e o impresso. Só ai é feito o trabalho de quatro profissionais,
geralmente com o salário de um só.
Com tantos profissionais disputando
vagas (e um falso glamour jornalístico), os novos formados acabam sendo jogados
para o mercado obrigados a ser também empreendedores, criando seus próprios
veículos de mídia (sites, pequenos jornais, atuando em rádios comunitárias,
entre outros meios). Daí o jornalista formado para, literalmente, ser
jornalista, acaba sendo também vendedor, empresário, administrador, e tudo que não
diz respeito a sua formação para poder sobreviver. As tecnologias estão ai como
nova ferramenta de trabalho e bem exploradas acabam tirando os jornalistas da
margem social quando tenta encontrar seu espaço nas redações e estes não
existem. Blogs e sites feitos por jornalistas, com boa qualidade, têm
repercutido tanto quanto meios tradicionais e geram uma boa fonte de renda
quando feitos com seriedade jornalística.
Fica claro que é preciso
mobilização da categoria para mudar esta situação. Também é preciso parar de
vender a ilusão de que os jovens devem se formar e ir atuar em grandes grupos –
no estado seriam RBS, Record, Band, entre outros – e começar a olhar com mais
carinho para os jornais do interior e pequenos grupos de mídia. É preciso se
valorizar e cobrar o justo para cada tarefa executada e também a valorização do
diploma por parte da FENAJ e sindicatos junto ao Congresso Nacional com
aprovação das PECs que reestabelecem a obrigatoriedade do diploma evitando o
grande número de profissionais precários roubando vagas que são de direito de
quem se qualifica para exercer tais funções. Afinal, em um pais que prega tanto
a educação isso é o mínimo que podemos esperar enquanto formadores de opinião e
também agentes colaboradores da educação no país. O Jornalista não é
responsável por educar, mas tem o dever social de levar a boa informação e
colaborar com a educação.
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