quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Câmara de Vereadores de Tapes exonera assessor após suposto caso de racismo: 'morenos não gostam de trabalhar'

 A Câmara de Vereadores de Tapes, no Litoral do Rio Grande do Sul, exonerou um assessor parlamentar após um suposto caso de racismo praticado por ele contra um colega, Emerson de Oliveira Peres, de 35 anos, que também é assessor, mas de outro vereador. O caso teria acontecido na terça-feira (31). A identidade do suposto agressor não foi divulgada.


De acordo com o registro policial feito na delegacia de Tapes, o crime foi cometido quando o ex-servidor público, Peres e dois colegas conversavam em uma sala da Câmara de Vereadores.

O ex-servidor teria dito que, na visão dele, "Tapes não se desenvolvia porque os morenos não gostavam de trabalhar" e que "não tinham foco no trabalho". Em seguida, olhou para o colega e disse "você é uma exceção, Feijão", chamando o colega por um apelido pelo qual é conhecido.

Peres ficou em choque com o que havia acabado de acontecer e foi para outra sala. O servidor exonerado teria ido atrás dele e se ofereceu para pagar uma janta para ele em um restaurante da cidade. Segundo o advogado que defende Peres, Ricardo Cesar Cidade, "uma forma de comprar o silêncio dele", pois percebeu o que fez.

O caso chegou até a presidência da Câmara de Vereadores. O então servidor teria tomado conhecimento disso e, mais uma vez, foi atrás de Peres.

Ele teria deixado próximo dele um envelope fechado e disse que era para ele "usar no feriado". Peres levou o envelope fechado até a presidência da câmara, onde foi aberto. Havia R$ 150 dentro.

Peres decidiu protocolar uma denúncia contra o colega. De acordo com a presidente da casa, a vereadora Catia Iribarrem Longarai, ele foi ouvido, bem como os dois colegas que presenciaram o episódio, e eles confirmaram o que aconteceu.

"E decidi pela exoneração. Entrei em contato com o vereador que ele assessora e informei o que havia acontecido. Chamei o então servidor e comuniquei que ele estava exonerado. Ele não falou nada e só saiu. De nossa parte, o caso se encerrou por aí", conta Catia.

Em nota, o Legislativo municipal disse que "a Câmara de Vereadores de Tapes, como uma casa democrática que visa o bem estar e a organização social, não admite e repugna qualquer tipo de conduta preconceituosa ou discriminatória".

Peres avalia, junto do seu advogado, se vai buscar na Justiça, em paralelo ao inquérito policial, indenização por danos morais contra o ex-colega.

G1-RS

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